Quando não está atendendo clientes, Paulo Henrique de Oliveira, 27, observa o movimento pela janela da Aldeia Natural, no km 10 da PE-27. Foi assim que percebeu que os pedestres estavam levando muito tempo – às vezes até cinco minutos – para atravessar uma via de seis metros de largura, e justamente ali, próximo à lombada eletrônica, onde um dia o poder público pintou uma faixa. Paulo botou a mão no bolso, contratou dois ajudantes e “acendeu” a faixa com uma tinta que não é a adequada, mais para dar o exemplo que para resolver o problema.
“Depois que vi o empresário do home center (que está sendo feito no km 11) construir por conta própria um trecho da Estrada Parque, mostrando que cada um pode e deve ajudar dentro das suas possibilidades, resolvi me espelhar e dar uma pequena contribuição’, conta Paulo, que investiu R$ 80 do próprio bolso e espera que outros cidadãos venham a ter o mesmo sentimento de corresponsabilidade pelas coisas de Aldeia.
Segundo o comerciante, depois da pintura da faixa – que já está se apagando novamente, por não ter sido pintada com tinta específica, muito cara – os carros passaram a parar e os pedestres têm conseguido atravessar com muito mais rapidez. “Eu acredito que o ser humano, no fundo, quer respeitar as normas, só precisa de uma comunicação mais clara”, opina Paulo, que também trabalha com desenvolvimento humano, como coaching.
O que se vê ao longo da Estrada de Aldeia, principalmente no período de chuva, é o total descaso dos donos de negócios e moradores de condomínios, que poderiam fazer sua parte tapando os buracos no acostamento e ajudando a mobilidade tanto de pedestres quanto de motoristas. Há diversos trechos intransitáveis para ciclistas e pedestres, onde nem o poder público nem a iniciativa privada atuam.
Enquanto observa o movimento, de sua janela, Paulo continua sonhando com o dia em que cada empresário e cada morador tenha a disposição e a iniciativa de pensar no que pode fazer para melhorar a vida da coletividade.
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